Lucro, produção interna e participação no mercado da Marcopolo caem no primeiro trimestre de 2025


Ônibus rodoviário Marcopolo divulgado nesta terça-feira, 29 de abril de 2025.

Encarroçadora teve redução de participação em todos os segmentos, entre urbanos e rodoviários, crescendo apenas em micro-ônibus. Veja os resultados completos

ADAMO BAZANI

Colaborou Vinícius de Oliveira

O lucro líquido da Marcopolo caiu 23,3% no primeiro trimestre de 2025, chegando a R$ 243,1 milhões, em relação ao primeiro trimestre de 2024, quando a fabricante de ônibus e veículos leves sobre trilhos registou lucro de R$ 316,9 milhões, de acordo com balanço de resultados divulgado pela empresa nesta terça-feira, 29 de abril de 2025. O balanço completo é DIVULGADO EM PRIMEIRA MÃO PELO DIÁRIO DO TRANSPORTE.

Já o lucro por ação, de 0,216 no primeiro trimestre de 2025, teve redução de 33,6% frente ao resultado de 0,325 do primeiro trimestre de 2024.

A produção interna também caiu no período e atingiu 2.748 unidades no primeiro trimestre de 2025, 3,4% inferior à do primeiro trimestre de 2024, enquanto no exterior a produção foi de 546 unidades 31,6% superior às unidades produzidas no mesmo período do ano anterior.

Segundo a Marcopolo, a produção interna foi afetada pela realização de férias coletivas no Brasil entre os dias 24 de dezembro de 2024 e 12 de janeiro de 2025, com consequente redução dos dias trabalhados.

A empresa diz que as férias coletivas correspondem à sazonalidade do período em que coincidem a reduzida disponibilidade de chassis relacionada às férias coletivas de montadoras, menor demanda por ônibus de maior valor agregado (que consomem um maior número de horas produtivas e demandam maior disponibilidade de mão de obra) e feriados.

A produção total da Marcopolo, contando mercado interno e externo, no primeiro trimestre de 2025 foi de 3.294 unidades, crescimento de 1% na comparação com o mesmo período de 2024.

Já a participação da Marcopolo em todo o mercado brasileiro de ônibus caiu de 51,9% no primeiro trimestre de 2024 para 45,5% no primeiro trimestre de 2025.

A fabricante caiu em todos os segmentos, incluindo urbanos e rodoviários, com exceção de micro-ônibus, que contabiliza a marca Volare, passando de 54,1% para 70,2% de participação, fruto do “Caminho da Escola”, de ônibus escolares, do Governo Federal.

A empresa, em nota, destacou o programa federal de compra de ônibus escolares.

O programa federal Caminho da Escola também afetou positivamente a performance dos segmentos de micro-ônibus e Volare. No 1T25, foram entregues 692 veículos, sendo 523 micro-ônibus e 169 modelos Volare, que contemplam a licitação realizada em 2023. “Nossa expectativa é de que as entregas se mantenham constantes ao longo de 2025. Esse ritmo de entregas contribuiu com o desempenho da companhia no primeiro trimestre deste ano”, , segundo o chefe de Operações Financeiras da Marcopolo, Pablo Motta.

No primeiro trimestre de 2025, para o mercado interno, a Marcopolo produziu 493 rodoviários, 501 urbanos e 728 micros.

De acordo com a Marcopolo, a receita líquida no primeiro trimestre de 2025, que foi de R$ 1,7 bilhão, representa incremento de 1,3% em relação aos três primeiros meses do ano passado.

No primeiro trimestre, o “mix “de vendas da companhia se concentrou em modelos rodoviários dedicados ao fretamento, veículos urbanos leves, micro-ônibus e Volares. Como destaque, a Marcopolo realizou a entrega de 32 carrocerias Attivi – modelo elétrico – para a cidade de São Paulo, parte de um lote maior que deve seguir com volumes adicionais ao longo de 2025.

“A companhia se destacou na atuação internacional, com o crescimento de mercados relevantes, como a Argentina (Metalsur), com oportunidades de negócios no segmento de veículos rodoviários. Enquanto Austrália (Volgren), México (Polomex) e África do Sul (MASA) seguiram com boas oportunidades de negócios no primeiro trimestre de 2025”. – diz a Marcopolo, em nota.

 “Enxergamos boas oportunidades para o ano de 2025, com o crescimento de entregas de produtos com maior valor agregado, já a partir do 2T25. Aliado a isso, seguiremos em busca de negócios focados na descarbonização dos transportes, além de investimentos internos em automação industrial e melhorias em produtos já existentes”, disse.

Nos três primeiros meses de 2025, a companhia registrou lucro bruto consolidado de R$ 384,3 milhões, com margem de 22,9%, contra R$ 385,3 milhões e margem de 23,3% no primeiro trimestre de 2024. O EBITDA foi de R$ 262 milhões, com margem de 15,6%, versus um EBITDA de R$ 315,4 milhões e margem de 19% no primeiro trimestre de 2024.

Veja os resultados completos:

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Colaborou Vinícius de Oliveira

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