A indicação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para disputar a Presidência da República em 2026 movimentou o cenário político e acentuou divisões entre aliados da direita. Parlamentares da esquerda classificaram a escolha como “previsível”, enquanto lideranças conservadoras se dividiram entre apoio e críticas.
Nesta sexta-feira (5), Flávio afirmou nas redes sociais que recebeu do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a missão de “dar continuidade” ao projeto político da direita, com “grande responsabilidade”. Bolsonaro está preso na sede da Polícia Federal desde meados de novembro, após ser condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar o plano de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Diante da impossibilidade do ex-presidente concorrer ao Planalto, a indicação recaiu sobre o filho mais velho. O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), disse que a escolha era previsível e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será reeleito.
Já o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSOL), declarou que “Lula derrotou o pai e vai derrotar o filho”, além de ironizar Flávio ao citar o desmaio ocorrido durante um debate nas eleições municipais de 2016, no Rio de Janeiro.
Entre nomes da direita, as reações também foram divergentes. Renan Santos, presidente do partido Missão, afirmou que pretende derrotar tanto Flávio quanto Lula.
O ex-presidenciável João Amoêdo (sem partido) avaliou que a decisão tem caráter “egocêntrico” e “individualista”, o que, segundo ele, facilitaria a vitória do atual presidente ou de um nome endossado pelo Palácio do Planalto.
Em defesa do irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que Flávio vai “erguer a bandeira dos ideais” do pai e representar a “esperança em meio ao medo”.
Já o deputado federal Mário Frias (PL-SP) declarou apoio como “soldado do presidente Bolsonaro”. O general Eduardo Pazuello (PL-RJ) também endossou a pré-candidatura, afirmando que Flávio é “capacitado para continuar a missão do pai”.
Em eventual confronto direto, o atual presidente leva vantagem no primeiro turno. Levantamento do AtlasIntel/Bloomberg divulgado na última terça-feira (2) mostra Lula com 47,3% das intenções de voto, contra 23,1% de Flávio Bolsonaro.