A segunda fase da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) teve início na manhã deste domingo (30), com término previsto para as 14h.
A prova de redação apresentou duas propostas: um depoimento pessoal sobre o universo da machosfera e uma nota de esclarecimento acerca da importância histórica da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Os alunos deviam optar por uma delas.
A professora Paula Nogueira, de língua portuguesa e redação do Objetivo, avaliou que a banca manteve a linha de temas socialmente relevantes.
Ela observou que um deles era um depoimento pessoal: “A ‘machosfera’ e o discurso de ódio contra as mulheres”. O aluno que optasse por essa proposta deveria fazer uma redação com uma abordagem em primeira pessoa com espaço para reflexão sobre violência contra a mulher.
“Esse gênero exigia reconhecer o contexto das redes sociais, já que era possível usar elementos da narração para construir a crítica ao discurso de ódio que atinge mulheres.”
O outro tema disponível era uma nota de esclarecimento sobre a “importância histórica da CLT”. Paula afirmou que o candidato precisava recorrer a linguagem objetiva, incorporando elementos formais que validassem a defesa da CLT.
Paula destacou ainda que ambos os gêneros pediam um trecho argumentativo: “A banca sempre solicita a defesa de uma ideia; isso requer técnica e relação com a coletânea”.
Temas em evidência
Para Lima Paganim, professor e coordenador de redação do Anglo, a escolha da Unicamp confirma a tendência de trabalhar temas em evidência no debate público.
“A discussão da machosfera já aparecia em produções recentes e circulava com força entre jovens, o que tornava a proposta previsível.”
Sobre o segundo tema, ele disse que a presença da CLT dialoga com discussões atuais sobre novas formas de trabalho e o distanciamento das gerações mais jovens em relação ao regime celetista. “Os dois gêneros são acessíveis e próximos do repertório cotidiano dos candidatos.”
O gerente de ensino e inovações do SAS Educação, Vinícius Beltrão, afirmou que os temas reforçam a recorrência da Unicamp em abordar questões de gênero e direitos trabalhistas nos últimos anos.
Ele destacou que a proposta sobre machosfera retoma debates intensificados por obras culturais recentes e pela exposição de episódios de violência contra mulheres. “A prova trouxe uma ferida ainda aberta na sociedade brasileira”.
Sobre a CLT, ele afirmou que a discussão aparece em um momento de mudanças na relação dos jovens com vínculos formais de trabalho. Beltrão observou que o tema recoloca em pauta a história das conquistas trabalhistas e sinaliza a necessidade de compreendê-las antes de compará-las a alternativas como o empreendedorismo.
Segundo dia da 2ª fase (1º/12):
- Prova comum: matemática (seis questões para exatas/tecnológicas e quatro para demais áreas) e duas questões interdisciplinares de ciências humanas;
- Provas específicas, de acordo com a área escolhida:
• Biológicas/saúde: biologia (7) e química (5);
• Exatas/tecnológicas: física (5) e química (5);
• Humanas/artes: geografia (5), história (5), filosofia (1) e sociologia (1).
Datas seguintes
As provas de habilidades específicas para artes cênicas, artes visuais e dança serão realizadas de 3 a 5 de dezembro, em Campinas.
A primeira chamada será divulgada em 23 de janeiro, com matrícula online em 26 e 27 de janeiro. As demais datas estão no calendário oficial da Comvest.
Próximas fases Unicamp
- Local de prova: consulta na área do candidato no site da Comvest
- Abertura dos portões: 8h (horário de Brasília)
- Fechamento: 9h (horário de Brasília)
- Início da prova: 9h (horário de Brasília)
- Tempo de prova: 5 horas por dia
Documentos e materiais permitidos:
- Documento de identidade original;
- Caneta preta transparente;
- Lápis, borracha, água;
- Régua transparente e compasso;
- Alimentos: água, sucos, chocolates e lanches leves.
Itens proibidos:
- Celular, relógios, eletrônicos em geral, corretivo, lapiseira, marca-texto, bonés, lenços, chapéus e objetos não previstos no edital