ZF Traxon 2 Híbrida é solução viável antes da eletrificação total

A tecnologia híbrida para caminhões volta ao foco depois que a ZF demonstrou, em operações reais na Europa, o desempenho da nova transmissão Traxon 2 Híbrida. A solução combina com motores a combustão, incluindo diesel, HVO, GNV ou mesmo o hidrogênio com um módulo elétrico robusto.

Assim, o sistema permite rodar em modo totalmente limpo e e seguir viagem em longas distâncias sem perda de autonomia. Além disso, o formato híbrido resolve uma lacuna histórica, que é a dependência de uma infraestrutura de recarga ainda limitada no transporte pesado.

O conceito parece simples e ainda traz ganhos reais. No passado, sistemas semelhantes apareceram, porém não avançaram porque as cidades ainda não fiscalizavam as áreas de emissão restrita e os veículos tinham dificuldade para comprovar quando rodavam no modo elétrico. Entretanto, hoje o cenário mudou. As regras ficaram mais rígidas e as transportadoras exigem alternativas práticas para reduzir CO₂ sem comprometer custos ou autonomia.

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Traxon 2 Híbrida entrega até 73% menos CO₂

Dessa forma, a nova transmissão ganha relevância principalmente pelos números. Segundo a ZF, ela reduz até 47% das emissões no transporte de longa distância e chega a 73% em operações urbanas. A empresa testou o sistema em vias públicas com frotas europeias e com membros da Associação Alemã de Transporte (BGL), que confirmaram a eficiência do conjunto em condições reais.

Esses resultados atraem transportadores porque o híbrido não limita alcance e, ao mesmo tempo, diminui significativamente o Custo Total de Propriedade (TCO). Outro ponto importante envolve o peso. Nesse sentido, o conjunto utiliza apenas um pacote reduzido de baterias. Portanto o caminhão permanece mais leve que um modelo elétrico puro, ganhando competitividade em aplicações de longa distância.

Uma transição realista até a eletrificação total

De acordo com o vice-presidente de Transmissions & Hybrids da ZF, Christian Feldhaus, a Traxon 2 Híbrida surge como alternativa imediata para frotas que precisam descarbonizar. Porém, não encontram recarga rápida ou confiável ao longo das rotas.

O trem de força híbrido opera entre 600 e 800 volts, entrega 190 kW (254 cv) de potência contínua e possibilita condução totalmente elétrica em áreas urbanas. Durante acelerações, o motor elétrico apoia o motor a combustão; nas frenagens, o sistema recupera energia. Dessa forma, o caminhão melhora o rendimento, reduz o consumo e opera de maneira mais silenciosa, pontos importantes para centros urbanos e zonas industriais.

ZF quer pedágio que reflita o CO₂ real dos híbridos

A ZF também aproveita o momento para pressionar por mudanças regulatórias. A empresa afirma que caminhões híbridos plug-in atingem emissões próximas às de modelos 100% elétricos, sobretudo quando recarregam com frequência. Como os pedágios europeus se baseiam no VECTO — que calcula o CO₂ real emitido —, a engenharia da marca defende que os híbridos recebam os mesmos incentivos aplicados aos caminhões elétricos a bateria. Essa mudança poderia acelerar a migração das frotas e, ao mesmo tempo, viabilizar metas ambientais que entram em vigor até 2030.

Além disso, a Traxon 2 Híbrida nasce sobre a plataforma Traxon 2, já produzida em larga escala. Isso garante confiabilidade e reduz custos, já que o sistema utiliza componentes amplamente conhecidos pelos fabricantes de caminhões.

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