Publicado em: 6 de novembro de 2025

Iniciativa busca reduzir emissões e acelerar a descarbonização do transporte urbano até 2030
YURI SENA
O governo federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Ministério das Cidades, anunciou nesta quarta-feira (5) o Fundo de Crédito para Ônibus Elétricos no Brasil, iniciativa que destinará 80 milhões de euros (cerca de R$ 500 milhões) até 2030 para apoiar a transição do transporte público para modelos de emissão zero. O lançamento ocorreu durante o Fórum de Líderes Locais da COP30, em Belém (PA).
O novo fundo tem o objetivo de viabilizar a implantação de mais de 1,7 mil ônibus elétricos nas cidades brasileiras em seis anos — um crescimento de 235% em relação à frota atual, concentrada principalmente em São Paulo (SP).
“A eletrificação das frotas melhora a qualidade do ar e torna as cidades mais silenciosas e saudáveis. A agenda urbana é essencial para impulsionar medidas de mitigação e adaptação”, destacou o secretário nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA, Adalberto Maluf.
A criação do fundo foi articulada com o apoio de parceiros nacionais e internacionais, incluindo Bloomberg Philanthropies, BTG Pactual, WRI Brasil e o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP).
O BTG Pactual será o administrador do fundo e aportará 24 milhões de euros (R$ 150 milhões) em investimentos para infraestrutura de recarga e aquisição de ônibus elétricos.
A subvenção complementar vem do Fundo de Ação para Mitigação (MAF, na sigla em inglês) — uma iniciativa conjunta dos governos da Alemanha, Dinamarca e Reino Unido, da União Europeia e da Fundação Fundo de Investimento Infantil (CIFF). Esse aporte funcionará como uma garantia de primeira perda, reduzindo o risco para investidores e ampliando o potencial de alavancagem de novos recursos privados.
As primeiras beneficiadas devem ser as operadoras de transporte público das cidades de Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG).
Além de acelerar a descarbonização, o fundo busca estimular a indústria nacional de eletromobilidade, gerar empregos verdes e servir de modelo para outros países em desenvolvimento interessados em adotar soluções sustentáveis no transporte urbano.
Yuri Sena, para o Diário do Transporte