A morte da esteticista Cláudia Pollyanne Farias de Sant’Anna, de 41 anos, revelou um esquema de violência em uma comunidade terapêutica em Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió.
O laudo divulgado na segunda-feira (25) pelo IML (Instituto Médico Legal) apontou insuficiência respiratória provocada por agressões e intoxicação de medicamentos como causa do óbito.
O exame cadavérico mostrou lesões em diferentes estágios, sinal de violência repetida. A análise toxicológica confirmou a presença de diversos fármacos de uso controlado, como antidepressivos, antipsicóticos e benzodiazepínicos, em combinação que pode causar coma e parada respiratória.
A partir do caso, a Polícia Civil interditou a instituição e ampliou as investigações. Ex-pacientes relataram maus-tratos, sedação forçada, restrição de contato com familiares e até abusos sexuais. Também há apurações sobre suspeita de estelionato.
Durante buscas em um imóvel ligado ao local, em Maceió, os agentes apreenderam medicamentos de uso restrito, uma arma de choque e um facão. A polícia suspeita que os objetos eram utilizados para intimidar internos.
Os proprietários da clínica foram presos preventivamente. Ele foi localizado em um motel após ser considerado foragido. Ela também responde por suspeita de abuso sexual contra uma adolescente internada.
Após a morte de Cláudia, novas vítimas procuraram as delegacias especializadas e registraram boletins de ocorrência. A investigação segue em andamento, conduzida por uma comissão de delegadas, e pode resultar no indiciamento de outros envolvidos.
A família da esteticista Cláudia Pollyanne foi informada da morte no dia 9 de agosto, quando procurou a Polícia Civil e pediu que o corpo passasse por exames.