Como identificar lubrificantes adulterados e evitar prejuízos no motor do caminhão

O cuidado com os lubrificantes é fundamental para preservar o desempenho, a durabilidade e a segurança dos veículos comerciais, especialmente no transporte rodoviário de cargas. Em entrevista ao Estradão, o chefe de operações da Valvoline, Alberto Freitas, destacou os riscos do uso de produtos adulterados. Assim, compartilhou dicas valiosas para identificar lubrificantes de má procedência.

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Como identificar lubrificantes adulterados no dia a dia

Freitas alerta que, no Brasil, o risco de adulteração é alto, principalmente para caminhoneiros autônomos, que abastecem em locais variados. Ele recomenda sempre verificar o preço — se estiver muito abaixo do valor de mercado, desconfie. Além disso, é essencial observar o lacre, o rótulo, o lote e a data de fabricação.

Ao abrir a embalagem, o motorista também deve conferir o aspecto do óleo. Qualquer mudança de cor, viscosidade ou cheiro em relação ao produto habitual é sinal de possível adulteração. Outro indicativo é o consumo de óleo acima do normal ou o entupimento precoce de filtros de partículas (DPF), causado por resíduos de produtos de baixa qualidade.

Lubrificantes e fluidos adequados reduzem custos e aumentam a disponibilidade

O especialista ainda reforça que o uso correto de lubrificantes e fluídos de arrefecimento garante não apenas a proteção do motor. Mas também reduz o consumo de combustível e amplia a vida útil dos componentes. “Empresas de transporte organizadas realizam análises periódicas do óleo, verificando suas condições a cada 30 mil quilômetros. O que permite estender os intervalos de troca de forma segura”, diz Freitas.

Outro ponto crucial é respeitar as especificações dos lubrificantes para cada aplicação. Ou seja, veículos urbanos, rodoviários e fora de estrada têm demandas distintas de lubrificantes e intervalos de manutenção.

Freitas lembra que a procedência do fluido de arrefecimento também precisa ser conferida, pois um produto de má qualidade eleva a temperatura de operação. Podendo ainda acelerar a degradação do óleo, além de aumentar o consumo de combustível.

Como identificar lubrificantes adulterados e evitar prejuízos no motor
Fotos: Valvoline

Cuidado com lubrificante a granel e promessas de economia fácil

Por fim, o porta-voz da Valvoline alerta sobre a comercialização de lubrificantes a granel em tambores sem controle. Está é uma prática comum em oficinas e pontos de abastecimento.

“Quem garante o que está dentro daquele tambor?”, questiona. Ele recomenda evitar ofertas de produtos a preços muito baixos e não aceitar complementos duvidosos de fluidos de radiador ou óleo de motor.

“Pode até parecer economia no momento, mas o prejuízo virá depois. Em outras palavras, em forma de aumento no consumo de combustível, entupimento de filtros e até quebra do motor”, completa.

Seja como for, em um mercado de combustível e lubrificantes instável como o brasileiro, o cuidado com a procedência e a especificação dos produtos é fundamental. Seguindo as orientações de especialistas, transportadores e caminhoneiros autônomos podem preservar seus equipamentos. Assim como economizar no médio prazo e evitar paradas inesperadas.

Sobre a evolução dos lubrificantes, e a exigência também

No passado, até meados dos anos 1970, os lubrificantes eram monoviscosos, com apenas uma faixa de viscosidade, o que obrigava motoristas a trocarem o óleo conforme a estação ou região. Porém, atualmente, os produtos multiviscosos adaptam-se a diferentes condições térmicas. Assim, protegendo o motor em temperaturas extremas.

Caminhões elétricos também exigirão novos cuidados

O avanço de veículos elétricos e híbridos no transporte rodoviário brasileiro traz novos desafios. Embora os veículos elétricos dispensem lubrificantes de motor convencionais, sistemas como transmissões automáticas, diferenciais e fluidos de arrefecimento para baterias demandam produtos específicos.

Freitas comenta que, a Valvoline já desenvolve fluidos para centros de dados e supercomputadores, ambientes que exigem controle térmico rigoroso. No Brasil, a tendência é que esses produtos se adaptem aos novos caminhões elétricos, à medida que a frota se moderniza.

Além disso, a empresa também já dispõe de produtos específicos para atender caminhões a gás bem como o biodiesel. O que inclui o B 100. Parte deste know-how vem da parceria técnica que a empresa mantém com a fabricante de motores Cummins.

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