Relembre por que ex-diretor da PRF preso no Paraguai foi condenado

Condenado a 24 anos e seis meses de prisão por participação em plano de golpe, o ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques foi preso nesta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai.

Ele tentava embarcar em um voo com destino a El Salvador após romper tornozeleira eletrônica em Santa Catarina, onde mora.

Participação na trama golpista

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) condenou o ex-diretor da PRF na semana passada, por cinco crimes, no processo da trama golpista:

  • organização criminosa armada
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • golpe de Estado
  • dano ao patrimônio da União
  • deterioração de bem tombado

Segundo as investigações, o ex-diretor-geral teria coordenado o emprego das forças policiais para dificultar que eleitores considerados desfavoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegassem a seus locais de votação no dia do segundo turno das eleições de 2022.

Depoimentos de testemunhas relatam que Silvinei chegou a dizer que “era hora de a PRF tomar um lado”.

Além da pena de prisão, a Suprema Corte também decidiu que o ex-diretor deveria perder o cargo público e pagar 120 dias-multa de no valor de um salário-mínimo.

Apesar da condenação, Silvinei estava em liberdade porque ainda cabem recursos à decisão.

Prisão em 2023

O ex-diretor da PRF chegou a ser preso em agosto de 2023, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais sobre o plano de golpe elaborado para manter Bolsonaro no poder.

Um ano depois, Moraes revogou a prisão preventiva e determinou a soltura de Silvinei, que passou a cumprir medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.

Condenação por improbidade administrativa

Em agosto deste ano, Silvinei Vasques foi condenado em outro processo, por improbidade administrativa.

A 8ª Turma Especializada do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, no Rio de Janeiro, entendeu que o ex-diretor da PRF utilizou indevidamente o cargo durante as eleições de 2022, em favor de Jair Bolsonaro.

Ele terá de pagar uma multa correspondente a 24 vezes seu antigo salário, estipulada em R$ 546.631,92 pelo MPF (Ministério Público Federal).

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