O advogado Alessandro Soares e a jornalista e ex-senadora Ana Amélia Lemos discutiram, nesta quinta-feira (25), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se a reaproximação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), acontecerá na prática.
Após a votação do PL da Dosimetria no Congresso, a expectativa é de que a relação entre Câmara e Executivo entre em uma nova fase.
Nesta terça-feira (23), durante o evento de posse do novo ministro do turismo no Palácio do Planalto, Motta afirmou que o Congresso Nacional não teve um “ano fácil”, mas que continuará com “parceria e diálogo de maneira franca” em 2026.
Alessandro Soares avalia que a reaproximação vai depender do cenário eleitoral do ano que vem.
“O governo tem um dilema que é: tem que negociar com essa estrutura de poder que ele naturalmente não gosta, seria muito melhor negociar com uma base que tem uma coesão ideológica, política e de projeto maior, mas tem que negociar com essa base porque isso é democrático nesse exato momento. E, ao mesmo tempo, têm os desgastes, têm os ataques, e isso pode atingir de alguma forma o governo”, ressaltou.
“A gente não sabe se ano que vem isso vai vingar, isso vai depender, em primeiro lugar, do processo eleitoral, porque ano que vem é ano eleitoral, vai depender das pesquisas eleitorais, vai depender de como o governo Lula vai entrar no começo de ano, tudo isso vai pesar na balança do Hugo Motta”, avaliou.
Para Ana Amélia, a reaproximação já está acontecendo.
“Hugo Motta não é Arthur Lira, é um presidente muito diferente de Arthur Lira, que sabia usar o poder. E o governo precisa, mais do que tudo, é ter um equilíbrio na sua liderança”. E continuou: “o presidente Lula é candidatíssimo, então isso fica muito mais valioso, essa boa relação com o presidente da Câmara e evidentemente do Senado também”, ressaltou.
“A Câmara cuida das emendas parlamentares e essa é a moeda de troca preciosa dos candidatos. O que Hugo Motta precisa fazer para a sociedade é que essas emendas sejam aplicadas com transparência e que a sociedade saiba onde está indo toda essa dinheirama”, finalizou