A Sabesp anunciou ter superado as metas contratuais de expansão de saneamento entre 2024 e 2025 em seu primeiro ano completo de operação após a desestatização.
A empresa conectou mais de 1,06 milhão de residências à rede de tratamento de esgoto, beneficiando diretamente quase 3 milhões de pessoas.
De acordo com Samanta Souza, diretora executiva de Relações Institucionais e Sustentabilidade da companhia, o volume de investimentos aumentou significativamente.
“Nós estamos, nesse momento, fazendo acelerado quatro vezes mais do que nós fazíamos no período pré-privatização”, afirmou.
Até o terceiro trimestre deste ano, foram investidos R$ 10 bilhões, mais de duas vezes o valor aplicado no mesmo período do ano anterior.
E para garantir a sustentabilidade dos investimentos sem comprometer as tarifas, a Sabesp já captou R$ 18 bilhões para fazer frente aos investimentos até 2026.
O contrato prevê uma estratégia de redução de impacto tarifário por meio do Fausp (Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento em São Paulo), que recebeu 30% dos recursos levantados durante a privatização, além dos dividendos que o governo estadual recebe como acionista com participação de 18% na empresa.
Samanta explicou que o fundo estabelece um teto para a tarifa, garantindo que não ultrapasse o valor que seria cobrado pela Sabesp enquanto empresa pública.
Aceleração no ritmo de trabalho
A empresa passou de 600 ligações encaminhadas para esgoto por dia durante o projeto Novo Rio Pinheiros (2019-2023) para 2.400 ligações diárias no período pós-privatização.
Segundo Samanta, além do capital, houve melhoria na gestão: “O regime de contratação deixa de ser um regime licitatório que demora em torno de seis meses, no melhor dos mundos, e no pior cenário de um ano para licitar uma obra, e nós passamos a ter licitações realizadas em prazo de 60 dias”.
Inclusão de áreas historicamente desassistidas
Um diferencial do novo modelo de gestão é o conceito de “área atendível”, que inclui todas as regiões da concessão do município, sejam zonas rurais ou informais.
“Uma das premissas do projeto de privatização da Sabesp era levar água e esgoto para quem nunca teve acesso”, destacou Samanta.
A diretora mencionou avanços significativos em áreas informais da Baixada Santista, incluindo o início da implantação de serviços na Vila Gilda, em Santos, considerada a maior favela de palafitas do Brasil.
“Tem um salto bastante considerável nesse sentido com a conjunção e com a união de esforços do poder público e da concessionária para atender essa população”, concluiu.