
Nada mais natural que novas tecnologias tragam para nosso dia a dia palavras que a gente não necessariamente entende de imediato. Aliás, às vezes demora bem mais que isso, sejamos francos. Não é diferente com as inteligências artificiais, como mostra um levantamento que acaba de sair do forno.
Trata-se de uma pesquisa da Adapta que ouviu 500 brasileiros usuários de ferramentas de IA – ou seja, gente que já tem pelo menos um contato inicial com a coisa.
A palavra que mais despertou dúvida foi PROMPT. Que, curiosamente, é uma das mais importantes nesse contexto porque se refere aos comandos que uma pessoa dá para que as IAs executem uma tarefa.
Com a lista da Adapta em mãos, elaborei um glossário com as primeiras 15 palavras do ranking. Leia, aprenda, repasse para os amigos!
Prompt – É o comando que o usuário envia para a inteligência artificial. Nele vão a pergunta, o pedido ou a instrução que orienta o sistema sobre o que fazer, e quanto mais contexto e clareza houver, maior tende a ser a qualidade da resposta.
Deep learning – Ao pé da letra, podemos traduzir do inglês como “aprendizado profundo”. É uma técnica avançada de aprendizado de máquina baseada em múltiplas camadas de cálculo, usada para tarefas complexas como reconhecimento de imagens, voz e linguagem natural.
Redes neurais – A gente diz que são “os neurônios das IAs” porque elas imitam o sistema nervoso humano. São estruturas matemáticas que processam informações e aprendem padrões a partir de dados.
Algoritmo – Sabe receita de bolo? Manual de instruções para montar móveis? São exemplos de algoritmos, pois essa palavra se refere ao conjunto de regras que se deve seguir para alcançar determinado objetivo. No dia a dia, as pessoas se confundem porque a palavra passou a significar algo mais, aparecendo como sinônimo de “IAs”, de “robozinhos” das redes sociais e outras novas acepções.
Códigos – São as instruções escritas em linguagens de programação que tornam possível o funcionamento das ferramentas de IA, mesmo que o usuário nunca tenha contato direto com elas. Simplificando, dá para a gente dizer que é “a língua dos computadores”.
Machine learning – Campo da inteligência artificial que permite aos sistemas aprenderem com dados, identificando padrões e melhorando seu desempenho sem precisar ser reprogramados a cada tarefa. Na tradução literal: “aprendizado de máquina”
Agentes – São sistemas de IA capazes de agir de forma relativamente autônoma, executando tarefas, tomando decisões e interagindo com outras ferramentas para cumprir um objetivo. Existe a tendência de que os agentes se tornem cada vez mais presentes nas nossas vidas, realizando várias tarefas como marcar compromissos e até mesmo filtrando pretendentes em apps de paquera.
Embeddings – O computador não entende palavras como a gente entende. Para ele, “cachorro”, “gato” ou “geladeira” não significam nada sozinhos. Então a inteligência artificial faz um truque: ela transforma cada palavra em números. Esses números são os embeddings.
LLM – Sigla para Large Language Model, ou grande modelo de linguagem, que designa sistemas treinados com enormes volumes de texto para compreender e gerar linguagem natural. O ChatGPT, o Gemini, o Claude são exemplos de LLMs.
Alucinação de IA – Ocorre quando o modelo de IA gera informações incorretas ou inventadas, apresentando respostas que parecem confiáveis, mas não correspondem a fatos reais. Por isso que eu repito em todas as matérias que vocês precisam SEMPRE revisar os conteúdos feitos com inteligência artificial.
Aprendizagem por reforço – Método de treinamento em que a IA aprende por tentativa e erro, sendo recompensada quando acerta e ajustando seu comportamento ao longo do tempo.
Comandos – o mesmo que prompt
Fine-tuning – Processo de ajuste de um modelo já treinado para um uso específico, como adaptá-lo a um setor, empresa ou tipo particular de tarefa.
Tokens – São as unidades mínimas de texto que a IA utiliza para processar linguagem, podendo ser partes de palavras, palavras inteiras ou símbolos. É como se a IA digerisse nossas palavras em pedacinhos. Esses pedacinhos são os tokens.
Automação – Refere-se ao uso de tecnologias para executar tarefas e processos de forma automática, reduzindo a intervenção humana e aumentando a eficiência em atividades repetitivas ou complexas. Hoje a gente faz isso com IA, mas na época da Revolução Industrial era com aquelas grandes máquinas das fábricas. Automação é um processo atravessado há séculos pela humanidade.
Obs.: Tenho certeza que alguém vai ler essa lista e pensar qual a diferença entre “embedding” e “token”, então vamos tratar já disso. O token é o pedaço de texto. O embedding vem depois. Ou seja, o token é como o texto é dividido, e o embedding é como o significado desse texto é representado.