O capitão da Polícia Militar da Bahia, Mauro Grunfeld, está entre os 46 presos da megaoperação Zimmer, deflagrada nas primeiras horas desta quinta-feira (11) pelo Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), alcançado praticamente todos os alvos previstos pelos investigadores.
A Megaoperação Zimmer foi desencadeada com o objetivo de desarticular a cadeia de comando de uma organização criminosa envolvida em tráfico de drogas, homicídios, crimes patrimoniais, lavagem de dinheiro e disputa por territórios.
Ao todo, a Justiça autorizou o bloqueio de R$ 100 milhões pertencentes aos investigados, além da execução de 50 mandados de busca e apreensão e 43 mandados de prisão.
As ações ocorreram de forma simultânea em Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari, Feira de Santana e Porto Seguro, alcançando também outros estados: São Paulo, Sergipe, Pernambuco e Espírito Santo.
A prisão do capitão Mauro Grunfeld chama atenção, porque o oficial já havia sido preso duas vezes em 2024, mas respondia aos processos em liberdade. Segundo as investigações, ele seria peça importante em um esquema de comercialização de armas que abastecia grupos ligados ao crime organizado no estado.
Durante o cumprimento dos mandados desta quinta, equipes localizaram e desativaram dois laboratórios de entorpecentes, um em Porto Seguro e outro no bairro de Stella Maris, em Salvador.
Nos locais, policiais apreenderam insumos, equipamentos, drogas prontas para distribuição, além de armas e munições. A Zimmer mobilizou uma operação integrada, reunindo equipes de diversos departamentos e as equipes seguem em diligência para localizar outros alvos ainda não encontrados.

Por meio de nota, a Polícia Militar da Bahia confirmou que a Corregedoria cumpriu o mandado de prisão contra o capitão. A corporação destacou a necessidade de aprofundar as investigações sobre possível envolvimento do oficial nos crimes.
Em contato com a reportagem da CNN Brasil, a defesa de Grunfeld afirmou que, por lealdade processual e diante da falta de acesso integral aos autos — que estão sob segredo de Justiça —, limita-se a transmitir a manifestação do próprio investigado. O capitão nega veementemente todas as acusações e diz confiar na “completa elucidação dos fatos”.