O uso de celulares em sala de aula costuma ser visto como um dos principais vilões da concentração e do desempenho escolar.
No entanto, quando usado de forma estratégica e consciente, o dispositivo pode se tornar um verdadeiro parceiro no processo de aprendizagem, ampliando o acesso a conteúdos, organizando rotinas de estudo e tornando o aprendizado mais dinâmico.
Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), em 2024, quase 90% da população brasileira a partir dos 10 anos já tinha acesso a celulares para uso pessoal.
Isso representa cerca de 167,5 milhões de pessoas conectadas, com o celular consolidado como o principal meio de acesso à internet no país.
“Em vez de proibir o uso, o desafio é ensinar os estudantes a aproveitarem o potencial do celular como um instrumento de aprendizado portátil. Com pequenas mudanças de hábito, é possível transformar o tempo de tela em uma rotina de estudos mais inteligente e flexível”, explica Amanda Irizaga, gerente de Conteúdo Educacional da Start by Alura, solução pedagógica voltada à educação digital.
A seguir, a especialista destaca cinco atitudes práticas para transformar o celular em um aliado da aprendizagem:
1. Aposte em aplicativos de anotações e revisão inteligente: ferramentas como Evernote, Notion e Quizlet ajudam a criar resumos personalizados, mapas mentais e flashcards interativos, facilitando a memorização de conceitos e fórmulas. Além disso, eles também servem como poderosos aliados para a organização: é possível criar listas de estudo, cronogramas de tarefas e listas de metas, transformando o celular em uma central de gerenciamento escolar. Ademais, permitem sincronização em nuvem, sincronização entre dispositivos e busca por palavras-chave, tornando o estudo mais organizado e acessível em qualquer momento.
2. Explore recursos multimídia: leitura e escrita não são as únicas formas de aprendizado. Podcasts, videoaulas e audiobooks são excelentes alternativas para quem busca estudar em outros formatos e aproveitar melhor os momentos do dia a dia, como em deslocamentos, na academia, ou antes de dormir, permitindo que o conhecimento aconteça em qualquer lugar e momento.
3. Transforme o feed em fonte de aprendizado: redes sociais também podem ser grandes aliadas aos estudos, tudo depende de como, e da escolha do que consumir. Transforme as redes num espaço de aprendizado, incluindo professores, alunos que estão em processos seletivos e influenciadores da educação úteis para o seu desenvolvimento, aprendendo de forma leve e criativa. Perfis no TikTok, Instagram e YouTube sobre atualidades, história, idiomas e ciências podem ajudar a aprender sem sair do entretenimento.
4. Digitalize materiais e leve os estudos para onde for: manter os estudos organizados é fundamental para otimizar o tempo e o aprendizado — e a tecnologia pode ser uma grande aliada nesse processo. Escaneie resumos e anotações por meio de aplicativos que te permitem revisar esse conteúdo a qualquer momento como CamScanner, Adobe Scan e o Google Drive. Assim, o estudante tem acesso rápido aos próprios materiais, em um só lugar.
5. Cuide do conforto visual: para leituras prolongadas, o conforto visual faz toda a diferença para manter o foco e o rendimento. Ative filtros de luz azul para tornar a leitura mais confortável e evitar o cansaço, contribuindo com o ritmo e desempenho. Esses filtros ajustam a tonalidade da tela, diminuindo a emissão de luz azul que interfere na qualidade do sono e provoca fadiga visual.
“Quando os estudantes aprendem a usar os recursos digitais com intencionalidade, a tecnologia deixa de ser um obstáculo e passa a ser um meio para potencializar a aprendizagem”, reforça Amanda.