Após a negativa do empréstimo de R$ 20 bilhões, os Correios afirmam estar negociando novamente com o Tesouro Nacional alternativas para obter o aval para conseguir continuar com as operações.
Em um documento interno enviado aos funcionários da estatal na noite desta sexta-feira (6), a cúpula da empresa afirma que o objetivo agora é ajustar o modelo financeiro apresentado ao governo e reconstruir a proposta de crédito.
O texto justifica aos trabalhadores que o Tesouro não deu a garantia ao empréstimo por discordância em relação às condições financeiras propostas pelos bancos.
O documento segue dizendo que a cúpula da estatal pensa em alternativas para resolver o problema.
“Neste contexto, outras alternativas para solução dessa questão estão sendo construídas em parceria entre Correios e Tesouro, como veiculado em entrevistas do próprio Ministro da Fazenda”, diz o informe.
A orientação interna é tentar um novo desenho de financiamento. Segundo o documento, o plano é trabalhar em conjunto com o governo para reformular o projeto e buscar uma saída que permita a liberação dos recursos.
A estatal afirma que está atuando para “viabilizar a operação ou ajustá-la de forma que seja mais equilibrada, com menor custo e maior segurança para a empresa”.
Enquanto negocia, a gestão diz priorizar caixa e continuidade operacional. O comunicado cita que a companhia está atuando com “responsabilidade técnica, foco na liquidez imediata e alinhamento ao Plano de Reestruturação 2025-2027”.
Para reduzir a pressão financeira, a orientação é concentrar esforços na manutenção de fornecedores essenciais e no cumprimento de prazos de entrega.
A meta operacional é recuperar desempenho rápido. Internamente, os Correios estabeleceram o objetivo de atingir “95% das encomendas entregues no prazo até janeiro de 2026”, considerado marco para retenção de grandes clientes e contratos estratégicos.
Apesar da reestruturação prevista para os próximos anos, o documento deixa claro que a prioridade é destravar o crédito e estabilizar o fluxo financeiro no curto prazo. A estatal afirma que 2026 é um ano crítico para a continuidade da empresa e cada economia gerada é decisiva.
“Cada entrega no prazo, cada cliente satisfeito e cada economia gerada fazem diferença”, diz o texto.
A diretoria afirma que o foco agora é atravessar a fase de renegociação sem comprometer atendimento e emprego.
“Todos nós, empregados e gestores, precisamos ter a mesma causa: garantir a continuidade da empresa, preservar empregos e assegurar a remuneração de todos”, afirma o comunicado.
Também citado no documento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo só fará um aporte, empréstimo ou aval aos Correios após um plano de recuperação da estatal. Segundo ele, não haverá liberação de recursos sem contrapartidas claras e dentro das normas fiscais vigentes.
“Nós precisamos antes aprovar o plano de recuperação. Nós não vamos fazer um aporte sem o plano de recuperação aprovado. Nem empréstimo, nem apoio, nem aval. Tudo depende do plano de reestruturação da companhia”, disse a jornalistas na tarde desta quinta-feira (4).
Haddad explicou que a decisão final caberá ao Tesouro Nacional, responsável por analisar o plano e as condições financeiras da empresa. Ele indicou que o Ministério avalia alternativas, mas reforçou que não há solução automática.