Espécie de 12 milhões de anos, maior peixe ósseo do mundo faz exames em SP

Uma espécie de um peixe que habita o planeta antes mesmo dos dinossauros mora no zona sul de São Paulo. O mero está nadando pelos oceanos do planeta há pelo menos 12 milhões de anos e agora poderá ser melhor estudado por cientistas, sem precisar de amostras de sangue.

A parceria entre o Projeto Meros do Brasil e o Instituto Butantan celebra uma nova tecnologia que vai poder analisar o animal, que está em risco, sem utilizar métodos invasivos.

“Com a parceria com o Instituto Butantan, abrimos um novo capítulo na ciência de poder pesquisar a saúde e diversos outros fatores, como contaminantes e qualidade do ambiente onde esses animais estão vivendo, através do muco, que é uma gosma que os peixes produzem. Nós pesquisadores consideramos como se fosse um órgão do peixe, porque ele é antifúngico, antibacteriano, eles só conseguem viver por conta desse muco que eles mesmos produzem”, explica Jonas Rodrigues Leite, gerente-executivo do Projeto Meros do Brasil.

A novidade foi celebrada no Aquário de São Paulo, que abriga alguns exemplares do animal. O projeto Meros do Brasil é mantido pela Petrobras.

“Antes estávamos trabalhando com uma técnica invasiva, que retirava sangue dos peixes, com um manejo maior. Agora com o muco é muito mais simples”, diz Leite. 

• Valentina Felix
• Valentina Felix

Características do animal

O peixe, maior espécie de garoupa do Oceano Atlântico, pode atingir 2,5 metros de comprimento e pesar mais de 400 quilos, apesar do porte robusto, a espécie é descrita como dócil e enfrenta riscos severos devido à pesca ilegal.

O ciclo de vida do animal é marcado pela dependência de ecossistemas costeiros. Os filhotes desenvolvem-se em manguezais e na fase adulta, migram para recifes e costões em mar aberto, percorrendo até 400 quilômetros para aglomerações reprodutivas que ocorrem entre dezembro e março.

Risco de extinção

Maior espécie de garoupa do Oceano Atlântico, o mero encontra-se classificado como criticamente ameaçado de extinção no Brasil, onde sua captura, transporte e comercialização são proibidos por lei desde 2002.

O animal sofreu um declínio populacional superior a 80% nos últimos 65 anos em águas brasileiras. As principais ameaças incluem a poluição dos mares, a degradação dos mangues, além da pesca predatória durante os períodos de desova.

 

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