O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Renato Correia, afirmou, em entrevista à CNN Brasil, que a “fase negativa” provocada pelo atual patamar elevado da taxa básica de juros precisa ser a mais curta possível.
O setor imobiliário, que depende de grandes volumes de crédito por longos períodos, é um dos mais afetados pela política monetária restritiva.
“Realmente a taxa de juros é um fato muito negativo para a economia como um todo. Precisa ser uma fase mais breve possível, é isso que a gente deseja”, disse.
Apesar do juro alto, Correia argumenta que algumas políticas públicas formuladas pelo governo federal ajudaram a manter a atividade relativamente estável.
Em outubro, o governo e o Banco Central anunciaram um novo modelo de financiamento imobiliário.
Na prática, a medida torna o uso da poupança mais eficiente, libera recursos hoje parados no Banco Central e amplia a oferta de financiamentos para a casa própria.
A política permite que os bancos utilizem livremente parte dos recursos captados, desde que concedam crédito imobiliário em volume equivalente.
O novo modelo prevê a liberação total dos depósitos compulsórios da poupança em até dez anos. Hoje, 20% dos recursos ficam retidos no Banco Central e não podem ser usados para crédito.
O presidente da CBIC também citou como medida positiva a criação da Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, voltada à classe média, para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil.
Correia também explica que muitas das taxas praticadas no setor, sobretudo nas operações ligadas ao FGTS, têm subsídios que ajudam a sustentar o nível de atividade.
Para 2026, o presidente fala em “otimismo” com as mudanças no sistema de financiamento, mas ressalta que será um momento de acompanhamento, já que o novo modelo ainda será testado na prática.
No Congresso Nacional, a CBIC elenca como prioridades para 2026 a aprovação de uma reforma administrativa, além de menos lentidão na análise de projetos considerados importantes para o setor.
