Os Estados Unidos comemoram nesta quinta-feira (27) o Dia de Ação de Graças, o principal feriado do país.
A data celebra a colheita e a fartura de alimentos, reunindo famílias para agradecerem pelas bênçãos do ano que chega ao fim.
Durante a noite do feriado, as famílias também costumam preparar um banquete especial, que inclui pratos típicos como peru, recheio à base de pão, batatas, frutas vermelhas e torta de abóbora.
A tradição também é celebrada no Canadá, mas em data diferente: na segunda segunda-feira do mês de novembro. Os Estados Unidos celebram a data na última quinta-feira do mesmo mês. Este ano, as datas caíram nos dias 10 e 27, respectivamente.
Origens do Dia de Ação de Graças
Acredita-se que o Dia de Ação de Graças se originou a partir de um banquete na Nova Inglaterra colonial em 1621, compartilhado por colonos ingleses de Plymouth (atual Massachusetts) e pelo povo indígena Wampanoag.
Tudo começou quando os peregrinos de Plymouth saíram para “caçar aves” para um banquete.
Durante a procura pelos animais, eles foram surpreendidos por um grupo de cerca de 90 Wampanoag no território.
Depois do encontro inesperado, os dois grupos socializaram sem nenhum incidente. Os Wampanoag até contribuíram com carne de cervo para o banquete dos peregrinos, que incluía peixe, enguias, mariscos, ensopados, legumes e cerveja.
Durante o banquete, os homens também dispararam armas de fogo, participaram de corridas e beberam bebidas alcoólicas, se esforçando para se comunicar em inglês rudimentar e na língua nativa do povo Wampanoag.
Após a união amigável entre os dois povos, os colonos ingleses passaram a celebrar o Dia de Ação de Graças regularmente, para agradecer a Deus por bênçãos como vitórias militares ou o fim de uma seca.
Data oficializada em 1863
Durante a Guerra Civil americana, o então presidente americano Abraham Lincoln proclamou o feriado nacional para promover a união em meio às tensões regionais.
No Canadá, o Dia de Ação de Graças surgiu de maneira semelhante, baseado na gratidão por viagens seguras, paz e colheitas abundantes.
A primeira celebração ocorreu em 1578, quando uma expedição liderada pelo marinheiro inglês Martin Frobisher realizou uma cerimônia no território ártico de Nunavut para agradecer pela segurança de sua frota.
Em 1879, mais de três séculos depois, o Parlamento estabeleceu um Dia Nacional de Ação de Graças.
Desta forma, o feriado passou a simbolizar a paz intercultural, as oportunidades oferecidas aos recém-chegados nos Estados Unidos e a importância do lar e da família.
Com a urbanização crescente do território americano, a data também se tornou importante para o comércio.
Desde 1924, o desfile anual do Dia de Ação de Graças da Macy’s, na cidade de Nova York, mantém a tradição, com enormes balões e decorações temáticas.

Outras tradições além do banquete
Além do banquete e do entretenimento, o Dia de Ação de Graças inspirou outros costumes. Muitos americanos se envolvem em atividades beneficentes, como trabalho voluntário ou organização de campanhas de arrecadação de alimentos.
Uma tradição notável também é o “perdão do peru”, no qual o presidente dos EUA “perdoa” cerimonialmente um animal vivo, poupando-o de ser sacrificado para o banquete do jantar.
O primeiro perdão documentado de perus foi dado por John F. Kennedy, em 1963. Mas, o verdadeiro início do que se tornou a atual tradição de perdoar perus remonta à presidência de Harry Truman, em 1947.
A tradição oficial começou em 1989 na Casa Branca, quando o então presidente George H.W. Bush concedeu o primeiro perdão presidencial oficial.
A cerimônia desde ano aconteceu na terça-feira (25), onde o presidente Donald Trump perdoou os perus “Gobble” e “Waddie”.

Outra tradição do Dia de Ação de Graças é a quebra do osso da sorte. Nesse costume, depois que o peru é cortado, duas pessoas puxam cada extremidade do osso do animal enquanto fazem um pedido silencioso.
A tradição diz que quem ficar com o pedaço mais comprido quando o osso quebrar terá seu desejo realizado.