A indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF) gerou análises divergentes sobre seu perfil. Articuladores da oposição avaliam que, apesar de sua identidade evangélica, Messias deve manter um alinhamento mais próximo a pautas progressistas. As informações são de Isabel Mega, no CNN Novo Dia.
O nome escolhido é visto pela oposição como uma figura de extrema confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcada por momentos de lealdade. Esta proximidade, segundo a analista, pode sobrepor-se à sua identidade religiosa nas futuras decisões na Corte.
Comparações com outras indicações
Analistas estabelecem um paralelo com Cristiano Zanin, que, mesmo sem o selo evangélico, demonstrou posicionamentos mais conservadores em algumas votações no STF. “Com Messias, a expectativa é diferente: prevê-se uma atuação mais alinhada ao campo progressista”, destaca Isabel.
Messias se junta à primeira turma do STF, que já conta com Zanin e Flávio Dino, formando um grupo de indicações do atual período. Esta turma ganhou destaque por julgar casos relacionados a investigações de tramas antidemocráticas.
Articulação política
“A indicação é interpretada como uma demonstração de prerrogativa presidencial, sinalizando que a escolha de ministros do STF é uma atribuição exclusiva do Executivo. Ao mesmo tempo, representa um aceno aos grupos progressistas, especialmente a advogados que acompanharam processos judiciais importantes”, conclui a analista.
O próximo passo envolve intensa articulação política, com Messias precisando visitar gabinetes e construir pontes, inclusive com a oposição. O processo de aprovação dependerá da capacidade do governo em administrar tensões, especialmente com o Senado Federal.
