MP deflagra operação contra atuação do PCC na Favela do Moinho, em SP

Agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial do Combate ao Crime Organizado) do MPSP (Ministério Público de São Paulo), com apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil, deflagraram na manhã desta segunda-feira (8) uma operação contra lideranças do tráfico na Favela do Moinho, no centro de São Paulo.

A ação, batizada de Operação Sharpe, tem como objetivo cumprir dez mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão contra membros do grupo, que é ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo apuração da CNN, cinco pessoas já foram presas.

Entre os presos estão Alessandra Moja, irmã de Leonardo Moja, conhecido como Leo do Moinho, que chefiava o tráfico no local e foi preso no ano passado. Também foram presos um homem identificado como José Carlos, que seria o líder do tráfico atual da Favela do Moinho, e outro homem identificado como Jorge de Santana.

A operação desta segunda é um desdobramento da Operação Salus et Dignitas, deflagrada no dia 6 de agosto do ano passado com o objetivo de desarticular ações do crime organizado na região da Cracolândia. Leo do Moinho foi preso na ocasião.

Segundo investigação do Gaeco, mesmo preso, Leo continuava a emitir ordens de dentro do presídio com a finalidade de intimidar funcionários da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), impedindo que famílias aceitassem indenização pelas suas moradias e deixassem o local.

Em abril deste ano, o governo de São Paulo iniciou um plano de reassentamento voluntário na região, já que a Favela do Moinho é a única favela localizada no centro da capital paulista. A CDHU planeja reestruturar a área, com a implantação do Parque do Moinho para impedir novas ocupações.

“As autoridades desferem novo golpe no grupo criminoso, que tentava se reorganizar por meio do tráfico de entorpecentes e que permanecia coagindo moradores e agentes públicos que trabalham na reurbanização da “Favela do Moinho”, cuja área será transformada em um parque público, assim como as famílias serão realocadas e devidamente indenizadas pelas suas moradias”, diz o MPSP.

De acordo com o MPSP, a Operação Salus et Dignitas teve como resultado a quase total eliminação das cenas abertas de uso de drogas na região da Cracolândia, já que o tráfico de drogas era, segundo o levantamento feito por um ano, apenas uma das vertentes dos crimes cometidos em um ambiente transformado em um verdadeiro “ecossistema para o cometimento de ilícitos” do PCC.

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