O Papa Leão XIV canonizou o adolescente italiano Carlo Acutis em celebração realizada no Vaticano neste domingo (7). O jovem, que faleceu aos 15 anos devido a uma leucemia, tornou-se o primeiro santo da geração millennial na história da Igreja Católica. Teólogo e especialista em Vaticano, Raylson Araújo, em entrevista ao Agora CNN, explicou por que este é um caso de canonização, e não beatificação.
De acordo com ela, Carlo Acutis representa um marco significativo para a Igreja, não apenas por sua juventude, mas principalmente por simbolizar a atualidade da mensagem cristã para as novas gerações. Diferentemente de outros jovens santos, como Maria Goretti e José Sánchez del Río, Acutis não foi um mártir, mas alcançou a santidade através de suas virtudes cotidianas.
Processo de Santificação
O caminho para a santidade na Igreja Católica envolve etapas específicas. Inicialmente, o processo começa na diocese onde a pessoa viveu, com a coleta de testemunhos sobre sua vida. O candidato passa então por diferentes estágios: servo de Deus, venerável e, posteriormente, beatificado.
Para a beatificação, é necessário um milagre comprovado, exceto em casos de martírio. Já a canonização requer um segundo milagre após a beatificação. O termo “beatificado” significa “aquele que é feliz”, indicando alguém que encontrou a felicidade através do Evangelho e agora contempla a beatitude celeste.
Significado da Santidade
Na teologia católica, um santo serve como modelo de virtudes e intercessor junto a Jesus Cristo. O caso de Carlo Acutis demonstra que é possível viver os valores evangélicos no mundo contemporâneo, mesmo em meio às atividades ordinárias, como estudos, encontros familiares e vida social.
A canonização de Acutis também marca a primeira cerimônia deste tipo conduzida pelo Papa Leão XIV, estabelecendo uma conexão especial entre o pontífice, que descobriu sua vocação ainda na infância, e o jovem santo que viveu sua fé de forma extraordinária em circunstâncias ordinárias.