A Rússia não tem planos de discutir qualquer potencial envio de tropas estrangeiras à Ucrânia em qualquer formato, chamando-o de “inaceitável”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, a repórteres na quinta-feira (4), no horário local.
Ela comentava as declarações da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre os planos de enviar tropas europeias à Ucrânia, uma medida que também foi rejeitada pela Alemanha.
Em entrevista ao Financial Times no domingo, von der Leyen disse que a Europa estava elaborando “planos bastante precisos” para o envio de tropas multinacionais à Ucrânia como parte das garantias de segurança pós-conflito que terão o apoio das capacidades dos EUA.
“A Rússia não vai discutir uma intervenção estrangeira na Ucrânia em qualquer forma ou formato que seja fundamentalmente inaceitável e que comprometa qualquer segurança”, disse Zakharova em um briefing semanal com repórteres.
O ministro da defesa da Alemanha também rejeitou duramente na segunda-feira (1º) os comentários de von der Leyen, considerando-os prematuros.
Entenda a guerra na Ucrânia
A Rússia iniciou a invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022 e detém atualmente cerca de um quinto do território do país vizinho.
Ainda em 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, decretou a anexação de quatro regiões ucranianas: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
Os russos avançam lentamente pelo leste e Moscou não dá sinais de abandonar seus principais objetivos de guerra. Enquanto isso, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pressiona por um acordo de paz.
A Ucrânia tem realizado ataques cada vez mais ousados dentro da Rússia e diz que as operações visam destruir infraestrutura essencial do Exército russo.
O governo de Putin, por sua vez, intensificou os ataques aéreos, incluindo ofensivas com drones. Os dois lados negam ter como alvo civis, mas milhares morreram no conflito, a grande maioria deles ucranianos.
Acredita-se também que milhares de soldados morreram na linha de frente, mas nenhum dos lados divulga números de baixas militares.
Os Estados Unidos afirmam que 1,2 milhão de pessoas ficaram feridas ou mortas na guerra.