Ao longo da sua sustentação oral para a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) na terça-feira (2), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) 16 vezes. O documento, com 45 páginas, trata dos acusados de compor o “núcleo crucial” de uma tentativa de golpe de Estado no país após as eleições de 2022.
Gonet pediu pela condenação de Bolsonaro — acusado de liderar uma organização por trás da investida — e outros sete réus da trama golpista.
Após o ex-mandatário, o segundo mais citado pelo PGR foi o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que fechou um acordo de colaboração premiada, tendo seu nome mencionado pelo procurador 12 vezes no texto.
Bolsonaro e outros réus respondem por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e ameaça grave e deterioração de patrimônio tombado.
A exceção é o deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem, que responde somente aos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado após uma ação tramitar na Câmara em maio deste ano.
Ramagem, que foi citado três vezes por Gonet durante a sustentação, supostamente teria apontado segundo investigação de que as eleições de 2022 teriam sido fraudadas. A PF (Polícia Federal) encontrou mensagens do ex-chefe da Abin questionando as urnas eletrônicas, além de ter, segundo a Polícia, repassado a Bolsonaro “dados falsos sobre o sistema eletrônico de votação”.
Já o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Walter Braga Netto, atualmente preso no Rio de Janeiro, foi apontado seis vezes no documento.
A PGR sustenta que o general teria se reunido com integrantes das Forças Especiais do Exército, os chamados “kids pretos”, em sua residência funcional no dia 12 de outubro de 2022 para discutir um plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Veja quantas vezes os réus do grupo 1 foram citados por Gonet:
- Jair Bolsonaro: 23 vezes
- Mauro Cid: 12 vezes
- Walter Braga Netto: 6 vezes
- Augusto Heleno: 5 vezes
- Anderson Torres: 5 vezes
- Alexandre Ramagem: 3 vezes
- Paulo Sérgio Nogueira: 2 vezes
- Almir Garnier: 1 vez