Na mira de Musk: Bilionário processa Apple e OpenAI por sufocar concorrência  

Elon Musk, acostumado a transformar disputas empresariais em espetáculos públicos, abriu uma nova frente de batalha, desta vez contra a Apple e a OpenAI. O homem mais rico do mundo acusa as duas gigantes de conspirarem para transformar o ChatGPT no único assistente de inteligência artificial integrado ao iPhone,  sufocando concorrentes como sua própria xAI, dona do chatbot Grok.

O processo, apresentado por Musk em um tribunal federal no Texas, afirma que a Apple “trancou os mercados” ao privilegiar o produto da OpenAI em sua loja de aplicativos. A App Store, com mais de 1,5 bilhão de dispositivos conectados, é um balcão de exposição sem paralelo. A denúncia ecoa antigas queixas contra a Apple, que já enfrenta investigações regulatórias na União Europeia e nos Estados Unidos por supostamente explorar sua posição dominante para proteger margens bilionárias.

Musk, que deixou a OpenAI em 2018 após desavenças com Sam Altaman, CEO da OpenAI, acusa a empresa que ajudou a fundar de se beneficiar de um acordo exclusivo com a Apple. Segundo seus advogados, esse pacto priva os consumidores de alternativas e fecha as portas a concorrentes.

A disputa vai além de uma simples briga empresarial. Trata-se da disputa pelo controle de um mercado em formação: a inteligência artificial generativa. Musk não é apenas um concorrente frustrado. Ele foi um dos fundadores da OpenAI, mas deixou a empresa em 2018 após brigas públicas com Sam Altman sobre a direção do projeto. Agora acusa sua antiga criação de se beneficiar de um acordo exclusivo com a Apple. Segundo seus advogados, essa parceria limita a escolha dos consumidores e bloqueia novos entrantes.

Não seria a primeira vez que Musk transforma ressentimento em estratégia. Sua investida judicial também funciona como peça de marketing para o Grok, um chatbot que, até agora, ficou à sombra de rivais mais sofisticados. Ao acusar a Apple e a OpenAI de fecharem as portas da competição, Musk se apresenta como defensor da inovação aberta,  ainda que sua própria rede social, o X, seja frequentemente acusada de decisões arbitrárias sobre acesso e visibilidade.

O tribunal do Texas terá de decidir se o caso é apenas mais uma jogada midiática de um bilionário briguento ou se representa, de fato, um ponto de inflexão na regulação das plataformas digitais. Uma coisa é certa: no jogo da inteligência artificial, nenhum player está disposto a jogar em campo neutro.

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