Nesta sexta-feira, 22 de agosto, comemora-se o Dia Nacional do Folclore, que é muito mais do que uma simples data no calendário escolar do Brasil. Para os estudantes, principalmente do Ensino Fundamental I, é um momento de resgatar a riqueza cultural que molda a identidade nacional e uma oportunidade valiosa para que entendam a diversidade do país e valorizem as tradições que são passadas de geração em geração.
Criada oficialmente em 1965, a data valoriza as histórias tradicionais que, ao longo do tempo, fortaleceram a ideia de identidade brasileira.
A seguir, confira 5 motivos relevantes para que os educadores promovam a celebração do folclore em sala de aula:
Incentivo à leitura
A literatura é uma das ferramentas mais poderosas para preservar o folclore. Mais do que contar histórias, ela mantém viva a memória de personagens como o Saci-Pererê, a Iara, o Curupira e o Boitatá. Figuras inicialmente transmitidas pela oralidade, elas encontraram nos livros uma forma de permanecer no imaginário das pessoas.
“O folclore é um patrimônio cultural que revela muito sobre quem somos enquanto povo. Ele carrega saberes ancestrais, valores coletivos e um modo muito particular de ver e interpretar o mundo. Quando a literatura se apropria dessas narrativas, ela não só preserva essas histórias como também tem a oportunidade de atualizá-las, permitindo que continuem ressoando em contextos contemporâneos”, afirma Laura Vecchioli do Prado, coordenadora de Literatura e Informativos do Editorial de Educação Básica da SOMOS Educação.
Ressignificação da tradição
“A transição da oralidade para o texto escrito foi fundamental para garantir a permanência dessas histórias. Porém, mais do que registrar, os autores reinterpretam, dialogam com o presente e fazem com que crianças e jovens se vejam nesses personagens. É essa ponte entre o passado e o presente que mantém o folclore vivo”, explica Laura.
Nos últimos anos, o interesse por narrativas folclóricas se ampliou por meio de novos formatos. Livros ilustrados, adaptações para quadrinhos, animações e jogos digitais têm atraído as novas gerações para essas histórias, além das comemorações folclóricas que já faziam parte da nossa cultura, sendo as mais populares a Festa Junina e o Carnaval. Esse movimento revela o potencial da literatura folclórica de se adaptar ao tempo presente e permanecer relevante.
Laura recomenda os livros “Meu Livro de Folclore” (Ed. Ática), de Ricardo Azevedo, e “Adivinha Quem Vem para Assustar” (Ed. Formato), de Maurício Veneza, como bons exemplos dessa riqueza cultural.
Conexão com a identidade e valorização das raízes
O folclore expressa a essência de um povo. Lendas como as do Saci, Curupira ou Iara não são apenas contos; elas transmitem valores, crenças e a sabedoria popular do Brasil. Ao estudar essas narrativas, crianças e adolescentes entendem que a identidade brasileira é uma mistura de influências indígenas, africanas e europeias.
Na escola, atividades como contar histórias, pesquisar mitos ou apresentar danças folclóricas fortalecem o senso de pertencimento. Os alunos descobrem que as tradições de sua região são parte desse rico mosaico cultural, valorizando a diversidade.
Estímulo à criatividade e à oralidade
Ao se depararem com personagens e situações fantásticas, os estudantes são convidados a criar, a reinterpretar e a dar novas formas a essas histórias. Atividades como a escrita de contos, a criação de peças de teatro ou a produção de ilustrações baseadas em lendas são excelentes para desenvolver a criatividade e a expressão artística.
Contar uma história, recitar um cordel ou cantar uma cantiga de roda são práticas que aprimoram a comunicação, a entonação e a capacidade de se expressar em público. Em um mundo cada vez mais digital, resgatar a arte de narrar é fundamental para o desenvolvimento de habilidades de comunicação interpessoal.
Aprendizagem interdisciplinar e contextualizada
A celebração do Dia do Folclore permite uma abordagem de ensino interdisciplinar. Um projeto sobre o tema pode envolver diferentes matérias, tornando a aprendizagem mais contextualizada e significativa.
- Língua Portuguesa: análise de textos, poemas e músicas folclóricas.
- História e Geografia: estudo da origem das lendas, sua relação com a formação das regiões do país e a influência de diferentes povos.
- Artes: produção de máscaras, bonecos, desenhos e a pesquisa sobre manifestações como o Bumba Meu Boi ou o frevo.
- Música: aprender sobre instrumentos e ritmos típicos de cada região.