A oficialização da federação entre União Brasil e PP (Progressistas) marca um momento significativo no cenário político brasileiro, sinalizando um movimento estratégico que vai além das atuais alianças políticas. A apuração é do analista de Política Pedro Venceslau no CNN 360º.
O evento realizado nesta terça-feira (19) reuniu diversas lideranças políticas, incluindo críticos e apoiadores do atual governo. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), um dos principais articuladores da aliança, enfatizou que a união não se trata de um movimento de oposição ou situação, mas sim de “fazer política com P maiúsculo”. Em seu discurso, destacou que ninguém precisa desviar de suas convicções, prezando pelo equilíbrio institucional.
Apesar do discurso de independência, a federação enfrenta desafios práticos na sua posição política. Ambos os partidos ocupam cargos importantes no governo Lula (PT), situação que deve se manter ao menos temporariamente. No entanto, o foco principal da união parece estar direcionado para as eleições de 2026.
Segundo Venceslau, o cenário remete a 2018, quando o grupo conhecido como Centrão, que incluía o PP e o atual União Brasil, além de Republicanos e PSD, dividiu-se entre apoiar diferentes candidaturas. A nova configuração sugere uma tentativa de unificação de forças para as próximas eleições presidenciais.
O evento contou com a presença de figuras políticas expressivas, como o deputado Arthur Lira (PP-AL), que atualmente mantém alinhamento com o governo em questões como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Também estiveram presentes os governadores Ronaldo Caiado (União-GO) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), nomes frequentemente mencionados como possíveis candidatos à presidência.
Um aspecto notável do encontro foi a ausência de representantes da alta cúpula governista, como ministros do núcleo central do governo ou lideranças partidárias da base aliada, mesmo com ambos os partidos da federação integrando oficialmente a base governista.