No dia 5 de junho, a banda The Velvet Sundown lançou seu primeiro álbum, Floating On Echoes, nas plataformas de streaming. Duas semanas depois, no dia 20, saiu o segundo disco, Dust and Silence. O rock leve e de tom psicodélico, mas também um tanto genérico, com fundo que lembra desde Pink Floyd até U2 e Radiohead, fez sucesso rapidamente e já passa de 500.000 ouvintes no Spotify. Na plataforma, um anúncio garante que o terceiro álbum, que dá à obra uma cara de trilogia, será lançado em 14 de julho.
Mais curiosa do que a estratégia de lançamento é o mistério que se espalhou esta semana: seriam os quatro integrantes da banda pessoas de verdade? A dúvida vem do fato de que não há nada nas redes sobre os rapazes. E um recém-criado perfil do grupo no Instagram mostra fotos claramente feitas com inteligência artificial. Se as pessoas que formam a banda não são reais, então a banda, na prática, não existe. Ou ela existe e a imagem de IA é só uma fachada? O conceito de existência, então, fica cada vez mais complexo.
Na bio dos artistas, o quarteto é apresentado por nomes e características. O vocalista e tecladista é Gabe Farrow, o guitarrista se chama Lennie West, o baixista, Milo Rains, enquanto o percussionista, categorizado como um “espírito livre”, atende por Orion ‘Rio’ Del Mar.
Enquanto o Spotify não alerta para o uso de IA em seu conteúdo, a plataforma Deezer costuma fazer isso, e adicionou o seguinte aviso ao grupo: “algumas canções deste álbum podem conter ferramentas de inteligência artificial”. No perfil do grupo, os comentários são diversos, mas principalmente negativos. “A arte morreu”, escreveu um usuário. “Eu realmente espero que essa banda seja real e esteja usando IA como ferramenta de marketing”, diz outro.