Negociações sobre guerra dependem de EUA e Ucrânia, diz Rússia

O ritmo das negociações sobre a guerra na Ucrânia depende da posição do governo ucraniano, da eficácia da mediação dos Estados Unidos e da situação no campo de batalha, afirmou o porta-voz do governo da Rússia, Dmitry Peskov, em comentários transmitidos pela televisão no domingo (29).

Cinco meses após o início do mandato do presidente dos EUA, Donald Trump, não há um fim claro para a guerra que começou em 2022, apesar da promessa de campanha do republicano de acabar com o conflito em um dia.

Trump tem pressionado ambos os lados desde sua posse, em janeiro, para que haja negociações para cessar-fogo. Na sexta-feira (27), ele afirmou que acha que “algo vai acontecer” sobre um acordo para a guerra.

“Muita coisa depende, naturalmente, da posição do regime de Kiev”, comentou Peskov à Belarus 1 TV, o principal canal de televisão estatal de Belarus, país vizinho da Rússia.

“Depende da eficácia com que os esforços de mediação de Washington continuam”, alertou, acrescentando que a situação no campo de batalha era outro fator que não podia ser ignorado.

Peskov não entrou em detalhes sobre o que a Rússia espera dos EUA ou da Ucrânia.

O governo russo tem exigido que a Ucrânia ceda mais terras e abandone o apoio militar ocidental, condições que o país rival considera inaceitáveis.

Embora nenhuma data tenha sido definida para a próxima rodada de negociações, Peskov disse que a Rússia espera que as datas fiquem claras “em um futuro próximo”.

Após um intervalo de mais de três anos, Rússia e Ucrânia realizaram conversas presenciais em Istambul, em 16 de maio e 2 de junho, que levaram a uma série de trocas de prisioneiros e ao retorno de corpos de soldados.

No entanto, eles não fizeram nenhum progresso em direção a um cessar-fogo.

Os projetos para um acordo de paz compartilhados nas negociações de 2 de junho eram “memorandos absolutamente contraditórios”, destacou o presidente russo, Vladimir Putin, na sexta-feira (27).

A Rússia, que controla cerca de um quinto da Ucrânia, continua avançando gradualmente, ganhando terreno nas últimas semanas nas regiões de Donetsk e Dnipropetrovsk, no sudeste, e intensificando os ataques aéreos em todo o país.

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