Megaoperação em 9 estados mira rede de estupros virtuais e tortura

A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, nesta segunda-feira (30), a Operação Abbraccio, que mira uma organização envolvida em crimes de extrema violência contra mulheres pela internet.

A ação ocorre simultaneamente em nove estados: Rio de Janeiro, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Piauí, Santa Catarina e São Paulo. Até o momento, quatro pessoas foram presas.

A operação é coordenada pelo Departamento-Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM) e partiu de investigações da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias.

O grupo, formado por homens maiores de idade, agia em plataformas digitais, como o Discord, para promover estupros virtuais, incitar automutilação, divulgar imagens íntimas de vítimas e estimular práticas de tortura, racismo e misoginia.

O alerta surgiu em abril, quando a mãe de uma adolescente procurou a Deam relatando a exposição de imagens íntimas da filha. A apuração revelou uma rede articulada que atraía, manipulava e violentava vítimas virtualmente, entre 11 e 19 anos, registrando os atos em vídeos que eram compartilhados em fóruns fechados na internet. Em alguns casos, as vítimas eram coagidas a se automutilar, escrevendo o nome dos criminosos na própria pele.

Investigadores destacam que o material obtido retrata uma frieza dos agressores diante do sofrimento das vítimas.

Segundo a polícia, a operação ganhou força após a prisão de um dos envolvidos no mês passado. A apreensão e análise de cerca de 80 mil arquivos — entre fotos, vídeos e áudios — armazenados nos dispositivos apreendidos possibilitou identificar outros integrantes do grupo e suas lideranças. As investigações indicam que o número de vítimas pode chegar a dezenas, embora apenas seis tenham sido identificadas até o momento.

Além das prisões, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão com foco em computadores, celulares e mídias digitais que possam comprovar os crimes e ajudar a desmantelar totalmente a rede.

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