A autópsia da brasileira Juliana Marins, que morreu após uma queda em um vulcão na Indonésia, concluiu que a causa da morte foi traumatismo por força contundente, que resultou em danos aos órgãos internos e hemorragia extensa.
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As descobertas forenses indicam que o óbito ocorreu em um período muito curto após os ferimentos, ressaltando a natureza súbita do ocorrido. As lesões por abrasão e deslizamento (“luka lecet geser”) observadas no corpo são compatíveis com uma queda.
De acordo com o Dr. Ida Bagus Putu Alit, médico legista do Hospital Bali Mandara, a morte de Juliana Marins foi “imediatamente” após o trauma, com uma estimativa de não mais de 20 minutos após a lesão mais grave.
Revelações da morte
Os exames revelaram múltiplas fraturas e lesões disseminadas por quase todo o corpo de Juliana, incluindo órgãos internos no tórax e no abdome. A área mais gravemente afetada foi a região do dorso/coluna, que sofreu lesões que comprometeram os órgãos internos relacionados à respiração. Embora houvesse ferimentos na cabeça, os mais críticos, que somaram o efeito das demais lesões, foram os da parte posterior do tronco.
A possibilidade de hipotermia como fator causal foi categoricamente afastada. Essa exclusão se baseia na natureza das lesões e na volumosa perda de sangue constatada. A autópsia, embora provisória até a conclusão dos exames toxicológicos — um procedimento padrão que não implica suspeita de substâncias —, já estabeleceu a causa primária.
O trágico acidente com Juliana Marins no vulcão Rinjani gerou grande comoção e atenção, especialmente pela complexidade do resgate.
Relembre acidente
A jovem brasileira Juliana Marins, de 24 anos, natural de Niterói (RJ), faleceu após sofrer um grave acidente durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. O incidente ocorreu na última sexta-feira (20), quando Juliana tropeçou, escorregou e caiu a uma distância de cerca de 300 metros da trilha.
Uma amiga da jovem revelou que Juliana estava “vivendo um sonho de viajar pela Ásia”, um mochilão que havia começado em fevereiro, com passagens pelas Filipinas, Tailândia e Vietnã. Após a queda, ela inicialmente conseguia mover os braços e olhar para cima, mas não conseguia se levantar. Turistas que a avistaram horas depois comunicaram sua família pelas redes sociais, enviando a localização exata, fotos e vídeos, incluindo imagens de drone.
Os esforços de resgate de Juliana enfrentaram inúmeros e complexos desafios por quase quatro dias. A região do vulcão Rinjani é de difícil acesso, com terreno íngreme, muita neblina que reduzia severamente a visibilidade e pedras escorregadias devido ao sereno. As buscas foram interrompidas diversas vezes por conta das condições climáticas adversas.
Após quatro dias de buscas intensas e dificultadas, Juliana Marins foi encontrada morta na terça-feira (24). A confirmação do óbito foi feita pela família e pelo Itamaraty.
Brasileira em vulcão na Indonésia: veja imagens de antes do acidente
Turistas e geólogos, como Vinicius dos Santos e Marcelo Gramani, criticaram a precariedade da infraestrutura de segurança local, a falta de sinalização, o socorro lento e a ausência de equipamentos adequados.
O governo indonésio e o Parque Nacional do Monte Rinjani anunciaram o fechamento temporário da rota de escalada de Pelawangan Sembalun ao Pico Rinjani para reavaliar as instalações de segurança e educar melhor visitantes e administradores.
(Com informações da CNN Indonésia)