Publicado em: 7 de maio de 2025

Da cabine de um dos trens, o Diário do Transporte obteve as imagens de um destes sensores. É realmente interessante. Especialistas apontam que tecnologia poderia evitar a morte de Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno na linha 5-Lilás (ViaMobilidade)
ADAMO BAZANI
Colaborou Yuri Sena
Especialistas apontam que uma tecnologia relativamente simples quando se fala em sistemas metroferroviários poderia poupar a vida de Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno, de 35 anos.
São os sensores de presença nas portas de plataforma.
Nepomuceno morreu nesta terça-feira, 06 de maio de 2025, prensando entre um trem da linha 5-Lilás, concedida para a ViaMobilidade, e a porta de plataforma na Estação Campo Limpo, na zona Sul de São Paulo. O Diário do Transporte relembrou, inclusive, que já ocorreram outros casos de pessoas prensadas, como em 12 de julho de 2023, na mesma estação, mas sem o desfecho trágico.
No Metrô operado pelo Estado de São Paulo, já existem sensores deste tipo.
É o caso de perfis na linha 3-Vermelha (Palmeiras – Barra Funda), que liga as zonas Oeste e Leste da capital paulista, passando pelo centro.
Da cabine de um dos trens, o Diário do Transporte obteve as imagens de um destes sensores. É realmente interessante.
Em um dos pontos da gravação, o Diário do Transporte reduziu e parou a imagem, que depois volta a ter movimento, apenas para mostrar melhor. Há fotos também em destaque
VÍDEO E ABAIXO O TEXTO COM A EXPLICAÇÃO:
Se o leitor prestar atenção nas fachadas por dentro (onde são fixadas as portas), verá em cada porta uma fileira de luzes vermelhas na vertical e, quase na base da porta, uma outra fileira na diagonal.
A primeira fileira de luzes detecta se a pessoa estiver para o lado da via (praticamente detecta quase todo o corpo).
Já a segunda, registra a parte dos pés. O objetivo de detectar os pés é justamente pelo fato de o passageiro não ficar esttáico, se movimentando para entrar e sair da composição.
Isso sem contar sensores de fechamento das portas, que são vários também e estão nos trens.
“Exageradamente” falando, o objetivo é ter a precisão máxima de presença: se houver um inseto pousando no sensor, já não deixa o trem partir.
Nada disso tem na Linha 5-Lilás.
Além disso, nas plataformas das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha de metrô e 15-Prata de monotrilho, há borrachões que dificultam a pessoa estar ali.
Na ViaMobilidade não há também essa barreira física.
A concessionária promete antecipar cronogramas e implantar os sensores até fevereiro de 2026.
VEJA AS FOTOS
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Colaborou Yuri Sena